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terça-feira, 4 de outubro de 2011

GERAL: Garota Indiana de 18 anos se suicida por causa política !!??

O uso de pontos de exclamação e interrogação no título não foi apenas casual, mas uma forma de expressão espanto e levantar a questão dos motivos por trás de uma atitude aparentemente política, em favor de um movimento polêmico separatista chamado "Telangana".

Desde 2009, mais de 600 pessoas cometeram suicídio em protestos relacionados com a Telangana. A grande maioria é formada de jovens

Telangana é na verdade uma região no norte do estado indiano de Andhra Pradesh, que luta pela criação do estado de Telangana, que teria Hyderabad como capital.

As motivações vão desde a falta de investimentos do governo em favor do desenvolvimento da região, passando por maiores direitos de seu povo às escolas públicas e mais direitos para as mulheres.

Mas o objetivo aqui é o de refletir sobre as verdadeiras causas de atitudes extremas de jovens que afirmam protestar contra o atraso do governo em criar o novo estado de Telangana.

O que realmente pode fazer com que uma garota de 18 anos coloque fogo no seu próprio corpo, deixando um bilhete afirmando ser em razão da falta de expectativa de ver o novo estado ser criado.

Alguns dias atrás, uma outra jovem de 20 anos, estudante de química em uma das melhores universidades de Andhra Pradesh, se matou por enforcamento no ventilador de teto to seu quarto, deixando bilhete em favor da causa Telangana.

Sinceramente, não acredito que a Telangada seja suficiente para levar alguém ao suicídio, mesmo considerando as tantas diferenças culturais que temos em relação aos Indianos e nosso modo diferente de pensar.

Ao meu ver, é a falta de uma sentido maior na vida, de uma razão verdadeira para viver, que faz com que uma preocupação política ou outras preocupações, tomem conta do vazio existencial de jovens e os leva a uma atitude extrema.

Não vejo diferença entre estes atos extremos, e os jovens suicidas que se explodem, pretensamente em uma luta contra o "demônio" da cultura imperialista ocidental.

Creio na relação do ser humano com um Deus de amor, que nos oferece a possibilidade de uma vida com sentido legítimo de existência. Não creio na religião, ela é reflexo do desejo perverso do homem em construir um relacionamento com Deus que atenda às suas necessidades de poder, de dinheiro, de existir em causa própria, usando Deus e a igreja como trampolim para suas próprias ambições.

Creio na mensagem de Jesus que é clara, simples,e não deixa margem para crermos que precisamos manipular pessoas, culturas, nações, promover guerras e dominar o mundo. Estou me referindo a questões que começam dentro das nossas casas, família, emprego, empresa, igreja, amigos.....e não apenas a eventos mundiais de grande dimensão econômico-político-cultural. Começa por nossa vida pessoal.

"Eu (Jesus) lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo" - João 16:33

quinta-feira, 7 de julho de 2011

GERAL: Do sureal ao bizarro

Após 50 dias na Índia, em Hyderabad, as diferenças culturais começam a influenciar no nosso dia-a-dia. 


É claro que o que é diferente ou até mesmo bizzarro pra nós, pode ser normal para os Indianos, e vice-versa. 


Para muitos norte americanos que conheço, comer um delicioso Frango ao Molho Pardo, iguaria da culinária mineira, é pra lá de bizarro.Mas pra quem conhece, o trem é pra á de bão. Para os menos avisados, o Molho Pardo é feito com o sangue da galinha, talhado no limão.


Mas...voltando ao universo indiano, abaixo estão alguns fatos e aspectos do cotidiano da da cultura local, que demandam um grande esforço de adaptação de nossa parte.



  • A tal da comida muito ardida. Tudo é ardido...não é possível comer um prato indiano que não tenha muuuuita pimenta, e considerando que o McDonalds, KFC, Pizza Hut, Dominos Pizza, Subway e muitos outros fastfoods oferecem um menu repleto de itens apimentadas, sobram realmente poucas opções pra quem não consegue se acostumar com a pimenta.
  • Falta de infraestrutura de esgoto e captação de água pluvial.  É muito difícil lidar com o mal cheiro em determinados lugares na Índia. Há lixo por toda parte. Mesmo no condomínio em que moramos, considerado aqui de classe média alta, parte da água de cozinha e lavagem de roupas vai para as ruas, e consequentemente o mal cheiro vai junto. Não há a menor preocupação em não jogar lixo nos espaços públicos.
  • Ruas sem calçadas: a maioria das ruas não tem calçadas, mas apenas um "acostamento" de terra que muitas vezes é usado pelas motos e autos (tuk-tuk) para fazer ultrapassagens. Quando chove, a coisa fica pior nas vias secundárias, pois a falta de captação de água pluvial faz com que poças de água se formem tomando parte das ruas e parte dos "acostamentos", onde supostamente os pedestres poderiam caminhar, então só resta dividir a rua com os carros, fugindo das poças e do atropelamento. O problema é agravado ainda mais com a total falta de respeito com os pedestres, assunto detalhado no próximo item.
  • Pedestres desrespeitados: Não há qualquer respeito com os pedestres no trânsito indiano, sejam eles mulher, velhos, crianças...nada é mais importante do que a necessidade dos carros e motos de seguir em frente o mais rápido possível. As faixas de pedestres são raras e quanto existem, não são respeitadas. Eles buzinam o tempo todo, sem parar, é realmente irritante. Buzinam e vão em cima uns dos outros ou dos pedesters. É muito comum ver os autos (tuk-tuk) e motos caminhando na contra-mão para ganhar tempo, e mesmo estes, buzinam e avançando sobre os pedestres. Pra atravessar uma rua movimentada é uma grande e perigosa aventura. E olha que estamos acostumados com o trânsito no Brasil, que não é aquela coisa quanto se trata de respeito ao pedestre. Mas isto aqui é realmente surreal.
  • Arroto de atendente é de matar: Eu e minha esposa, passeando de auto  na noite de Hyderabad, prontos para um delicioso jantar em um restaurante italiano, e de repente, o motorista do auto dá um sonoro arroto, sem a menor cerimônia. O clima foi para o espaço. Outro episódio semelhante aconteceu quando estávamos sendo atendidos em uma loja dentro de um bonito shopping center e no meio do atendimento, o vendedor arranca do fundo de seu ventre, um arroto pra lá de desconfortante.
  • Banheiros sem papel higiênico: Esse é outro capítulo complicado. A maioria das pessoas aqui não usa papel higiênico. Em praticamente todos os banheiros, existem aqueles chuveirinhos instalados do lado do assento sanitário. Só não me perguntem como é que a coisa acontece....prefiro não imaginar. Nos shopping centers mais novos, o uso do papel higiênico já é prática comum. Portanto, por onde quer se que se vá, levar papel higiênico na mochila é absolutamente essencial.
  • Comer com as mãos: Eu já havia comentado que os Indianos, na sua maioria, comem sem talheres. Em alguns restaurantes, até mesmo em shopping centers, é comum ver as pessoas comendo com as mãos. Pra nós que não temos o costume, é bastante desagradável assistir um indiano comendo com as mãos. Além de comer, eles ficam o tempo todo misturando com as mãos a comida no prato. Em um restaurante tipo buffet, por exemplo, eles acabam de pegar os alimentos no balcão, e já saem misturando com as mãos a caminho da mesa.
  • Falta de energia: Praticamente todos os dias, ficamos algumas horas sem energia elétrica em casa. Na semana passada, durante três dias, ficamos pelo menos umas 10 horas por dia sem luz. É comum durante o verão. A maioria das casas e apartamentos de melhor nível possui um sistema de no-break que alimenta os ventiladores de teto, algumas poucas tomadas e algumas lâmpadas da casa, evitando assim ficar totalmente sem energia. Nossa casa dispõe de um sistema que sustenta alguns pontos de luz por várias horas sem energia.
  • Falta de água: A falta de água é outro fato que causa bastante desconforto. A água que vem da rua é fornecida por apenas umas poucas horas na parte da manhã e é absolutamente insuficiente para uma casa com mais de uma pessoa. Resultado, na nossa casa, onde moramos em 6 pessoas, temos que comprar 5 mil litros de água a cada 3 (três) dias por aproximadamente Rup 750 (R$ 28). Finalmente conseguimos passar o problema para a empresa que administra a casa (limpeza, manutenção, etc) que verifica quando vai acabar, chama o caminhão de água, recebe a água, paga e depois manda a conta.
  • Padrão de limpeza: Outro aspecto difícil de conviver é com o padrão de limpeza dos Indianos. Em nossa casa, dispomos de um funcionário 24X7 que faz toda a limpeza, lava louças, roupas, passa, etc. O funcionário já foi trocado duas vezes, mas a limpeza é a mesma. Totalmente superficial. Nem vou dar detalhes porque são sórdidos. A solução é limpar nós mesmos os nossos quartos e banheiros, apesar da pseudo-limpeza que é feita pelo funcionário todos os dias. Fico tentado a dar alguns detalhes, mas prefiro não fazê-lo. Quase sempre, os empregados para este tipo de trabalho são homens.
  • Turistas pagam mais: Todos os serviços públicos de entretenimento (museus, parques, prédios históricos, alguns transportes públicos) tem preços diferenciados para o turista estrangeiro. Alguns preços são bastante diferenciados. Até 3 vezes mais. Em alguns casos, os estrangeiros residentes conseguem o preço estipulado para a comunidade local.  Em alguns parques, além do ingresso cobrado para cada visitante, é cobrado uma para a entrada de câmeras fotográficas. Se for de câmera de vídeo é mais caro. Perguntei se o preço pra entrar com uma câmera compacta era de ingresso de criança, mas ele não entendeu.
  • Negociando para pagar menos: Era bastante divertido no início ter que negociar preços com os motoristas de autos para ir a qualquer lugar. Eles querem esfolar os gringos (qualquer pessoa com cara de turista). Uma corrida que normalmente custaria Rup 60, pode custar até Rup 200 para os que desconhecem a prática. Ligar o taxímetro, nem pensar. Dependendo do lugar que você pega o auto, o preço é maior. Na saída de qualquer restaurante, shopping ou loja localizada em bairros nobres, o preço é sempre maior. Temos o custume de ir em um shopping chamado GVK One em Banjara Hills e pagamos aproximadamente Rup 100 (quase R$ 4) pra ir e dificilmente pagamos menos de Rup 150 pra voltar. Mas a negociação se torna desgastante como tempo, porque pra conseguir o preço mais próximo do justo, é preciso um ritual. Você chega já dando o preço, o motorista dá uma contra-proposta nas estrelas, e você simplesmente faz cara feia, fala não e sai caminhando a procura de outro auto. Ele grita, abaixa o preço e muitas vezes não chega no preço justo. Neste caso você deve realmente continuar andando a procura de outro auto. As vezes na frente de um shopping, grande empresa, prédios comerciais, existem dezenas de autos e você vai brigando no preço até achar um que aceita sua oferta. É claro que algumas vezes temos que ceder um pouco. Muitas vezes eles nos deixam irritados ao pedir valores extorsivos. Em centros comerciais populares, a negociação é absolutamente necessária. Nunca se deve aceitar o primeiro preço, seja em uma loja de jóias finas, tecidos ou bijuterias. 
Mas é preciso dizer, e deixar bem claro, que nem mesmo todas essas diferenças e desconfortos que as diferenças nos causam, em nada diminuem o valor da grande experiência de vida de viver por aqui. Os Indianos são extremamente gentis e alegres e sempre prontos a nos servir. A sua história, tradições, crenças e  costumes, muitas vezes, são intrigantes e proporcionam experiências e sensações como nenhum outro lugar.


Namastê !!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

GERAIS: Curiosidades I

Mania de balançar a cabeça: Para os brasileiros, o gesto de balançar repetidamente a cabeça enquanto fala ou em resposta a uma pergunta foi exibido durante toda a novela "Caminho das Índias" transmitida pela Rede Globo. Para os curiosos de plantão, é absolutamente verdade. Grande parte dos indianos balança a cabeça para os lados o tempo todo enquanto falam. O movimento, que parece mais um repetido "não" com u swing diferente, pode muitas vezes significar "sim". Muitas vezes, perguntamos as coisas e eles não respondem, simplesmente repeten a típica balançadinha de cabeça, que a rigor, significa  "sim" ou "concordo".


Vacas na rua:  é realmente comum ver grandes vacas andando sozinhas pelas avenidas movimentadas e os carros e motos desviando delas. A maioria é formada de búfalos, por isso são bem grandes e fortes. É comum ver cabras também, as vezes, guiada por um pastor com um cajado nas mãos.


Homens de mãos dadas: Outra coisa que chama a atenção dos estrangeiros é a forma de manifestar a amizade entre os homens. Andam abraçadinhos como namorados ou de mãos dadas. É muito engraçado, pois os homens andam muito juntos, já que o relacionamento com as mulheres é algo levado a sério e cheio de cuidados. Os menos avisados vão logo pensando que o país foi tomado pelos gays.


Gentileza: Os indianos aqui do estado de Andhra Pradesh são extremamente gentis com os estrangeiros, em especiais os hindus. Os muçumanos nativos da India também custumam ser, mas os estrangeiros já são mais secos e pouco gentis. A maioria está sempre disposta a ajudar com alegria.


Fila pra que ?  Outra coisa que precisamos nos acostuamar é com a falta de organização nas filas. Eles não respeitam filas e entram na sua frente na cara dura. O que é interessante é que, entre eles, não há desentendimento no trânsito, nas filas, apesar das muitas "barberagens" em ambas as situações. No começo a gente aguenta, mas com o tempo passamos a pedir a vez quando nos é devida.


Comer com as mãos (sem talheres, é claro): Grande parte dos indianos comem com as mãos, sem talheres. Em casa, no refeitório das empresas e restaurantes. Nas praças de alimentação dos shoppings é menos comum, talvez por alguma dificuldade em fazer a higiene das mãos. Nos restaurantes, a primeira coisa que fazem é dar um pano úmido, as vezes quente, para limpar as mãos. É difícil acostumar com o hábito. A comida é sempre com muito molho e o hábito indiano parece para nós um tanto anti-higiênico.


Ausência de calçadas: é muito comum, na maioria dos bairros e até mesmo no centro, a inexistência de calçadas. Tudo terra. Incrível...na frente de bonitos edifícios, o espaço das calçadas muitas vezes é pura terra. Quando elas existem, o meio fio é tão alto e as entradas de carro são planas, o que significa que a cada novo terreno/imóvel, vc tem que descer na entrada de carro e e subir um alto degrau novamente para retomar a caçada, o que incomoda bastante na caminhada. Seria muito simples, ao autorizar a construção de um novo prédio, exigir que o construtor fizesse as calçadas...mas...vai saber.


Pedestres não tem vez: Aqui o pedestre sofre. O trânsito é indescritivelmente louco. Pra atravessar uma rua ou avenida é muito difícil, pois a maioria não tem sinaleiros ou faróis. Eles buzinam o tempo todo...sem parar...é um tanto irritante...e se vc está caminhando eles simplesmente buzinam e vão com o carro ou moto em cima de você. Eles andam pequenos trechos na contra-mão para encurtar caminho e mesmo na contramão eles  buzinam pra você sair da frente quanto está andando na beira da rua/avenida, onde não existem calçadas.


Somos de outro planeta: é assim que muitas vezes eu e minha esposa sentimos ao sair na rua e mesmo em locais turísticos. Eles não tiram os olhos de nós. Muitas vezes nos abordam perguntando de onde somos e pedem pra tirar fotos conosco. Já fomos requisitados algumas dezenas de vezes pra tirar fotos com eles. Minha esposa, Fernanda, chama mais atenção, pois é clara e é mais alta do que a maioria das indianas, além de não usar os trajes típicos deles.


Não existem roubos: São raríssimos os casos de roubo aqui na India. O indiano não má índole e considera uma grande vergonha tomar o que não é seu (exceto o lugar na fila né..rsrs). Outro fator é a cultura da conformação com a situação social. Eles acreditam no Kharma (que num entendimento mais ocidental é a transcorrência natural da vida com suas ações e reações). O sistema de castas também ajuda a difundir a idéia de que cada um ocupa o seu devido lugar e não há espaço para subir de nível (casta), pois a casta de alguém é consequência de como ele viveu em outra encarnação. ....fazer o que.


Não existem roubos II: pessoas estacionando bicicletas e motocicletas, não trancar ou usar qualquer dispositivo de segurança e deixar lá por horas.  A reposição de dinheiro em ATMs (caixas eletrônicos) é outra piada. Chegam uns "tiozinhos" com sacolas, sem qualquer arma ou segurança, abrem uma tampa (trancada, é cláro) na frente de todo mundo, colocam um mundo de dinheiro, trancam e vão embora. No Brasil o acesso é por trás e não pode ser visto pelos usuários.


Mais curiosidades, em breve